INTRODUÇÃO
Foi a partir dos gregos que outros povos passaram a utilizar a moeda metálica, como os persas, fenícios e cartaginenses.
Por que surgiu o dinheiro?
Existem algumas teorias sobre o motivo do surgimento do dinheiro:
- A primeira afirma que ele teria surgido com o objetivo de encontrar um elemento de mediação nas trocas.
- A segunda teoria defende a criação do dinheiro como uma forma de criar retribuições ou compensações.
- Para a terceira teoria, as origens estão relacionadas às necessidades do Estadona gestão de taxas e impostos.
A evolução do dinheiro: dos alimentos às moedas
A base da existência do dinheiro está na confiança. Para que determinado produto ou serviço seja pago através de dinheiro, é necessário que exista a confiança de que o que está sendo dado em troca será realmente valioso.
Para que algo seja aceito como dinheiro, é necessário que ele cumpra dois requisitos: ser um objeto que todos queiram e não existir em abundância.
Por esse motivo, povos ao longo da história utilizaram alimentos como dinheiro, principalmente sociedades que passavam por alguma crise na produção alimentícia.
Contudo, o que fazer caso a troca a ser realizada demandasse muitos desses alimentos? Seria necessário transportar centenas de quilos até o local onde seria realizada a transação?
Pensando nisso, os babilônios, há aproximadamente 4 mil anos, desenvolveram as primeiras cédulas e também um sistema parecido com os atuais bancos.
Era possível depositar sacos de grãos em silos comandados pelo Estado e, em troca, receber um tablete de argila com a inscrição da quantidade depositada. Depois, essa mesma quantidade poderia ser retirada em outros silos da região.
Um outro problema surgiu: os alimentos eram escassos, todos queriam, porém acabavam estragando. Não seria possível acumular riquezas dessa forma.
Com o passar do tempo, algumas alternativas para resolver esse problema foram sendo encontradas. Uma delas foi o sal, que poderia ser utilizado para temperar e conservar alimentos (já que não havia geladeiras antigamente), além de ser fácil de transportar. Por isso, romanos o utilizavam como forma de pagamento (foi assim que surgiu o termo “salário”).
Posteriormente, alguns metais passaram a ser utilizados na cunhagem de moedas, como cobre, ouro, prata e bronze.
Materiais utilizados na fabricação de moedas
Desde a Antiguidade os metais foram muito utilizados nas trocas. Isso se deve a alguns fatores:
- Utilidade: poderiam ser transformados em peças de adorno, armas ou ferramentas;
- Durabilidade: não estragavam, diferentemente dos alimentos;
- Capacidade de fragmentação: poderiam ser quebrados e conservar o valor da matéria. Por exemplo: se eu quebro uma barra de ouro ao meio, as duas partes continuam tendo o seu valor proporcional.
Metais como ouro, prata, cobre, bronze e o ferro foram muito utilizados na Antiguidade como moeda por possuírem características importantes: eram raros, duráveis, fracionáveis e homogêneos.
Vejamos o cobre, por exemplo. Como ele derrete a uma temperatura relativamente baixa (1000ºC), as barras poderiam ser utilizadas para a confecção de armamentos em períodos de guerra.
Esses materiais também poderiam ser comercializados com povos que possuíam uma moeda diferente. Bastava derretê-los e formar barras para a troca.
Com a descoberta de novas jazidas e o desenvolvimento de novas formas de fundição, os metais foram perdendo valor. O ouro e a prata, portanto, ocuparam esse espaço.
História do dinheiro no Brasil
No Brasil, o uso do dinheiro se iniciou com a chegada dos portugueses, pois os indígenas que aqui viveram desenvolveram suas práticas comerciais através do escambo (troca de mercadoria por mercadoria).
Contudo, mesmo após a introdução de moedas no território brasileiro, o uso de moedas-mercadoria, como o açúcar e o fumo, continuou ocorrendo.
Uma moeda-mercadoria é uma moeda cujo valor é ditado pelo objet oque a compõe. É diferente, por exemplo, de uma cédula, onde seu valor não está no papel-moeda, mas no acordo social firmado acerca daquele item.
Assim, o que faz com que uma cédula de R$ 50 valha mais que uma de R$ 20 não é a quantidade de papel-moeda que ela possui, mas a confiança de que sua inscrição “50” valerá mais do que a cédula com a inscrição “20” e menos que a de inscrição “100”.
Moedas no Brasil Colônia
No ano de 1568, o rei português Sebastião I determinou que as moedas portuguesas fossem utilizadas na Colônia.
A primeira unidade monetária a circular em terras brasileiras foi o Real, sendo seus múltiplos os “reais”, que na linguagem popular se tornaram “réis”.
Contudo, o Real não foi a única moeda a circular no Brasil Colônia.
As primeiras moedas da Colônia foram trazidas através de:
- Portugueses;
- Invasores;
- Comércio com as colônias espanholas;
- Piratas.
Durante o período colonial ocorreram diversas “invasões” no território brasileiro, sendo as principais as holandesas e as francesas.
A introdução das moedas desses povos ocorreu por meio dessas invasões. Os holandeses, inclusive, foram os primeiros a cunhar moedas de ouro em solo brasileiro.
Essas moedas foram cunhadas pela Companhia das Índias Ocidentais e tiveram como finalidade o pagamento de fornecedores e tropas militares sitiadas em Pernambuco.
Tal multiplicidade acarretou na circulação de diferentes moedas na Colônia, o que se tornou um problema para o comércio local.
Com o fim da União Ibérica, em 1640, a Coroa portuguesa procurou uniformizar as moedas que circulavam na Colônia. Assim, ordenou que as moedas portuguesas e hispano-americanas recebessem um carimbo, conhecido como carimbo coroado.
Em 1694 foi criada a primeira Casa da Moeda no Brasil, em Salvador, Bahia. Seu papel era cunhar apenas moedas na província baiana. Contudo, como a carência por moedas era grande na Colônia (levando em consideração a extensão territorial brasileira), ela foi transferida diversas vezes:
- 1699: Rio de Janeiro;
- 1700: Pernambuco;
- 1702: Rio de Janeiro novamente.
Após a chegada da Corte Real Portuguesa no Brasil, em 1808, os portugueses criaram o Banco do Brasil. Em 1810 ele inicia a emissão de bilhetes.
Os bilhetes do Banco do Brasil foram os precursores do papel-moeda. O objetivo dessas emissões era sanar os gastos da Coroa com a instalação de sua junta administrativa no território brasileiro.